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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

RESENHA DO SITE "AMÚSICA CONTINUA AMESMA"

Lord Blasphemate - Lucifer Prometheus, Sun In Aries 0º0’0 (2017)


Lord Blasphemate - Lucifer Prometheus, Sun In Aries 0º0’0 (2017)
(Heavy Metal Rock - Nacional)


01. Lucifer Prometheus Sun in Aries 0°0’0″ - Equinox
02. Heptarchia Mystica - The Enochians Slaves Angelicae
03. The Magician Hierophant of Hadit in Equinox
04. The Paroketh Veil 0 The Sun of Tipharet
05. Draco Estelar Ophidian Ignea
06. In Astral Journey Through of Kingdom of the Quliphots
07. Le Messe Noir - Le Psychodrame Original
08. Heptarquia Mystica - The Enochians Slaves Angelicae (Orchestral Version)

O underground nunca é justo, e as dificuldades com as quais as bandas se deparam são imensas. Imagine então a luta para se manter uma banda por 25 anos na estrada. Surgido no Rio Grande do Norte, o Lord Blasphemate passou por muita coisa nessas duas décadas e meia, mas que lhe valeram o respeito dos fãs de Metal e um posto mais do que merecido entre os principais nomes do Black Metal no Brasil. Por sinal, seu debut, The Sun That Never Dies… (97), tem vaga fácil em qualquer lista de melhores do estilo lançados por aqui, tamanha sua qualidade. Ainda assim, esse é apenas seu 4º álbum completo de estúdio. Sem dúvida uma injustiça.

Quem conhece o trabalho do Lord Blasphemate sabe exatamente o que encontrará aqui. Agora, caso você faça parte dos que ainda não têm familiaridade com a banda, se prepare para escutar um Black Metal forte, pesado, agressivo, mas com boas melodias e uma certa dose de melancolia. Em nível de comparação, seguem a escola grega do estilo, que gerou grupos como Rotting Christ, Varathron, Nightfall, Thou Art Lord, Necromantia, dentre outros ótimos nomes, mas sua música é carregada de personalidade e os nomes citados acima servem apenas como referência ao prezado leitor para se localizar minimamente quanto ao que encontrará aqui.

Os vocais aqui ficaram por conta de Nyarlathotep, que já havia participado de 2 trabalhos anteriores da banda, o CD Ophisophia (13) e o EP Opus Gnosticum Satannae (14), e soam excelentes, bem variados. Nesse ponto, ainda contam com os vocais adicionais de Paulo Santiago (Kataphero), também responsável pelos samples, orquestrações e guitarra adicional, e Jaque Moraes, que faz os vocais femininos presentes em “In Astral Journey Through of Kingdom of the Quliphots”. As guitarras do batalhador Hellhammer, único integrante original ainda presente, fazem um belo trabalho, despejando ótimos riffs e criando um clima bastante soturno em boa parte do tempo. Já a parte rítmica, com o baixista Znameni (ex-Sanctifer) e o baterista convidado Johnny Rodrigues (Infested Blood), realiza um trabalho primoroso, técnico e bem diversificado.

O Lord Blasphemate não é dessas bandas que investem na velocidade. Ela até pode se fazer presente aqui e ali, mas sua música tem como marcas a cadência e as muitas mudanças de tempo. Isso já fica bem claro na soturna faixa de abertura, “Lucifer Prometheus Sun in Aries 0°0’0″ - Equinox” com bons riffs e melodias (reparem como as guitarras possuem boa influência de Metal Tradicional), mudanças de andamento e um teclado muitíssimo bem encaixado. O resultado disso é soturno. De forma alguma podemos deixar de citar as épicas “Heptarchia Mystica - The Enochians Slaves Angelicae”, com partes velozes e que esbanjam rispidez, “The Paroketh Veil 0 The Sun of Tipharet”, essas duas na casa dos 10 minutos, e “In Astral Journey Through of Kingdom of the Quliphots”, com seus mais de 16 minutos de duração, clima melancólico, e ótimo trabalho vocal. Já “The Magician Hierophant of Hadit in Equinox” possui uma pegada mais tradicional, enquanto “Le Messe Noir - Le Psychodrame Original” soa bem agressiva. “Draco Estelar Ophidian Ignea” é bem curta, com pouco mais de 2 minutos e pende para o Dark Metal, com ótimas melodias e belíssimo trabalho vocal, enquanto a última faixa é uma versão orquestrada da 2ª música do CD.


Gravado no Sonora Studio, entre 2015 e 2016, Lucifer Prometheus, Sun In Aries 0º0’0 possui uma produção totalmente condizente com a proposta da banda. Pesada, seca e bem crua, soa bem orgânica, mas tendo deixado todos os instrumentos bem claros e audíveis. A parte gráfica, uma das mais belas que vi esse ano e que vem embalada em um digipack de 3 abas muito caprichado, é mais um grande trabalho de Alcides Burn (https://www.burnartworks.com/), que já trabalhou com bandas como Nervochaos, Krisiun, Rebaelliun, Keep Of Kalessin, Blood Red Throne, Headhunter D.C., dentre muitas outras.

Com uma música pesada, muito bem-arranjada e diversificada, agressiva, mas que não abre mão das melodias que a fazem soar tão soturna e melancólica, o Lord Blasphemate presenteia os fãs de Black Metal com mais um belo trabalho, que honra seus 25 anos de história e deixa mais do que claro o porquê de serem uma das principais bandas de Black Metal do Brasil. Imperdível!

NOTA: 8,0

Lord Blasphemate (Gravação):
- Nyarlathotep (vocal);
- Hellhammer (guitarra);
- Znameni (baixo).

Participações:
- Johnny Rodrigues (bateria)
- Paulo Santiago (samples, orquestrações, vocal na faixa 5, guitarra e vocal na faixa 6)
- Jaque Moraes (vocal na faixa 6)

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