"QUE MEUS SEGUIDORES SEJAM POUCOS E SECRETOS. ELES GOVERNARÃO OS MUITOS E CONHECIDOS."

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

http://www.portaldoinferno.com.br/reviews/reviews-cds/lord-blasphemate-lucifer-prometheus.html

Lucifer Prometheus” é apenas o quarto álbum da banda potiguar LORD BLASPHEMATE, que está na cena desde 1992. Mesmo em outros formatos, são poucos lançamentos do grupo, totalizando nove, com destaque para a auto-intitulada terceira demo de 1994 e o debut “The Sun That Never Dies…”, lançado em 1997.
De qualquer forma, a banda conseguiu consolidar seu nome entre os mais conhecidos do Black Metal nacional e por isso este novo disco foi muito aguardado. E, podemos dizer que esta espera valeu à pena, afinal temos aqui um trabalho digno do status da banda e que honra com louvor o estilo a que sempre apostaram.
Levando a dissecação do trabalho de uma forma diferente, esquecendo os seus antecessores, o novo disco do trio consegue transitar praticamente por todas as facetas que constroem o Black Metal, de forma natural e com que o ouvinte possa compreender isso de imediato. E tudo isso mantendo suas características, enfatizadas nos timbres secos de guitarras e na variação de andamentos, apostando em temas não muito rápidos.
De qualquer forma, temos aqui músicas violentas, com a faixa de abertura “Lucifer Prometheus Sun in Aries 0°0’0″ – Equinox“, que mesmo cheia de quebradas e viradas, externa um sentimento raivoso. “Heptarchia Mystica – The Enochians Slaves Angelicae” traz aquela angústia única do Black Metal e em seus longos dez minutos e meio, consegue passar por diversas atmosferas.
Aliás, há faixas longas aqui, mas muito bem versáteis e arranjadas, o que sempre foi característica da banda. Mencionando outras, “The Magician Hierophant of Hadit in Equinox” traz uma levada interessante e influência do Black Metal grego, enquanto “Draco Estelar Ophidian Ignea” traz uma veia Dark Metal e “Le Messe Noir – Le Psychodrame Original” mostra a banda de volta à fúria e imponente.
Com uma melodia bem definida e nada exagerada, o LORD BLASPHEMATE consegue soar ao mesmo tempo típico e inovador dentro do estilo, o que lhe dá uma identidade bem própria e sólida. A produção orgânica é outro ponto crucial, caindo bem à proposta, enquanto os temas continuam seguindo o lado místico e oculto que sempre permeou as letras da banda. A capa é belíssima e digna do trabalho, que vem em uma embalagem digipack

http://culturaempeso.com.br/2017/12/11/lord-blasphemate-lucifer-prometheus/

Lucifer Prometheus

Uma nuvem profana paira sobre as terras do Nordeste, e de lá surge uma cena única do metal extremo nacional. Me refiro às bandas de black metal nordestino, que representam um underground autêntico, fora dos padrões sulistas e paulistanos. Toda vez que alguém me fala em black metal nordestino, tem meu interesse e atenção. Nos últimos anos, algumas bandas produziram materiais que as consagraram como titãs no underground nacional, entre elas estão: Mystifier (Bahia), Pantáculo Místico (Ceará), Hecate (Ceará), e os veteranos do Lord Blasphemate (Natal, Rio Grande do Norte), com seus 25 anos de atividade.
Em abril deste ano, a Lord Blasphemate lançou seu quarto álbum de estúdio: “Lucifer Prometheus – Sun in Aries 0°0’0″ – Equinox”. Lucifer Prometheus prende a atenção desde a produção gráfica: a arte impecável por Alcides Burn, um trabalho incrível, com imagens luciferianas. Aliás, fica de cara a temática que sempre configurou a personalidade da banda: um conceitual filosófico, tratando de temas místicos e esotéricos. Tendência atual em muitas bandas de black metal “gnóstico”, como na linha lírica de Watain.
Com muita personalidade, esse álbum é outro trabalho da banda que segue nitidamente a escola grega, lembrando muito a sonoridade do Rotting Christ. Um detalhe que particularmente me incomoda nas bandas atuais de black metal é o excesso de enrolação e frescura. Em Lucifer Prometheus temos um som agressivo, porém, com belas melodias de guitarra, numa pegada mais “heavy metal” clássico. O álbum é bem pelo contrário, ele “cresce” a medida que se escuta mais vezes, não caindo no desgosto. Não há frescura, mas um som agressivo de black metal bem produzido, e brilhantemente artístico.
Ao longo das faixas, é construída uma atmosfera com as riffagens precisas, e orquestrações. O álbum é impressionantemente bem produzido. Os arranjos são dignos de erudição musical. Como uma banda de black metal consegue ser agressiva, crua e ao mesmo tempo orquestrada com teclados e passagens de vocal limpo? Perguntem pra Lord Blasphemate.
Destaque para a faixa “Heptarchia Mystica – The Enochians Slaves Angelicae”, muito bem construída, com ousadia em apresentar tantas variações de humor e andamento ao longo de 10 minutos e meio.
Lucifer Prometheus é um trabalho de qualidade superior, que se coloca num patamar de respeito no metal extremo nacional.
Luiza Pires